Câmpus da UFT em Porto Nacional organiza programação especial em alusão ao Dia Internacional da Mulher
Em 08 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher, data que se tornou um símbolo da luta histórica das mulheres pela garantia de seus direitos. Para reforçar a importância e suscitar reflexões sobre esta data, a Direção do Câmpus da UFT em Porto Nacional, em parceria com o Observatório Transdisciplinar sobre Feminismo, Políticas e Métodos (OUTRAS), está organizando a III Semana sobre o 08 de Março. O evento, que será realizado nos dias 08, 09 e 10 de março, traz como tema “E eu não sou uma mulher?”. Nesta edição, o evento também tem o apoio da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários (Proex) e da Defensoria Pública do Tocantins, que vão colaborar com a abordagem dos temas propostos pelo evento.
A programação desta terceira edição da Semana sobre o 08 de Março propõe discussões sobre equidade de gênero, justiça reprodutiva, assédio sexual e abusos nas relações acadêmicas. Além disso, a programação também conta com a tradicional nomeação das alamedas do Câmpus com nomes de mulheres e a intervenção Banheiros Feministas. A diretora do Câmpus de Porto, Etiene Fabbrin destaca a relevância da discussão e das ações propostas pelo evento: “ São ações extremamente importantes e o tema deste ano é voltado para a questão do assédio; nós temos a proposta de uma ouvidoria feminista, uma proposta que já vem sendo discutida há tempos no Câmpus e isso será discutido em uma plenária durante o evento. Então, são ações voltadas para as mulheres, e sempre lembrando de incluir nesse processo as mulheres trans”.
Gleys Ramos, professora do Curso de Relações Internacionais da UFT e coordenadora do Observatório Feminista Outras, explica a origem do tema e das discussões trazidas pelo evento: “O tema ‘E eu não sou uma mulher?’ foi retirada de uma fala que foi transcrita de uma mulher ex-escravizada, a Sojourner Truth, em que ela questiona um grupo de mulheres brancas que estão discutindo direito de mulheres, mas que não discute o direito de mulheres indígenas e de mulheres negras, isso lá no século 19. Então, ela questiona essas mulheres e pergunta ‘E eu não sou uma mulher?' Então, a programação é toda baseada em reivindicações estudantis. As estudantes do Câmpus de Porto têm reivindicado, desde o ano passado, que a gente falasse sobre direitos sexuais e reprodutivos”.
A professora também ressalta a relação desta frase com a data do 08 de março: “ Quando a gente traz essa frase para essa semana, a gente também está querendo convocar essas mulheres da Universidade a pensar outras nuances do que é ser mulher e dentro dessa perspectiva, pensar a ausência quase que completa de mulheres nas tomadas de decisões nos cargos de gestão, mulheres traz dentro da sala de aula, seja professorando seja estudando, mulheres indígenas e negras como um todo fora dos cargos de submissão, ocupando cargos mais subalternizados. E também o apagamento dessas mulheres dentro da Universidade pelas outras mulheres, seja de forma proposital, seja pela não consciência etinco-racial. Então esse tema é uma convocação para essas mulheres pensarem situações de privilégio”.
Mesa-redonda “Mulheres que fizeram e fazem história”
Ainda dentro da programação da Semana sobre o 08 de Março do Câmpus de Porto Nacional, no dia 08, às 15h, será realizada a mesa-redonda “Pioneiras, Internacionalistas, Rebeldes e Indomáveis: mulheres que fizeram e fazem história". A atividade faz parte da programação geral da UFT sobre a data, organizada pela professora Solange Nascimento, atual coordenadora de Ações Afirmativas da UFT..
A mesa será conduzida pelas professoras Fabiana Scoleso, do curso de Relações Internacionais; Glória Azevedo e Adriana Capuchinho, do curso de Letras; Êça Pereira e Ângela Teixeira, do curso de História; e Patrícia Orfila, do curso de Arquitetura e Urbanismo; além das alunas do curso de Relações Internacionais, Allana Maria Silveira e Mayra Gonçalves. O tema da mesa é inspirado no livro “Lutadoras: história de mulheres que fizeram história”, de Andrea D’Atri e Diana Assunção. Publicado pela editora Iskra em 2018, o livro reúne textos de mulheres militantes desde o século 19.
A professora Êça Pereira, que é uma das participantes da mesa, ressalta os objetivos das discussões: “A ideia é falar um pouco de pesquisas históricas que tragam mulheres enquanto seres protagonistas, atuantes, sujeitas que transformaram a época, que transformaram seu tempo. E oportuno tratar disso dentro da nossa área, que é a produção científica, pois não podemos ignorar esse locus social da Universidade”.
Confira os temas que serão debatidos na mesa
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