Câmpus da UFT em Miracema prepara programação especial na Semana da Consciência Negra
O Câmpus da UFT em Miracema realiza uma programação especial na XV Semana da Consciência Negra, que se iniciou ontem, 16 de novembro. O evento, organizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares da África e dos Afro-Brasileiros (NEAF-UFT), em parceria com professores e alunos dos colegiados de Pedagogia, Psicologia e Serviço Social, reflete a culminância de uma série de iniciativas no ensino, na pesquisa e extensão realizada durante o ano. Também estão integrados à programação da Semana, o II Colóquio sobre Produção do Conhecimento Afro-brasileiro e a Exposição Internacional Arquitetura Habitacional da URSS. A programação segue até o próximo dia 22.
Assim, a programação será composta por defesas e exames de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) com a temática afro-brasileira, exposições locais como a II Exposição de fontes bibliográficas para estudos em educação e cultura afro-brasileira do Curso de Pedagogia. Também haverá leitura de poesias, contos e cordéis de autores afro-brasileiros como José Pereira e Jarid Arraes. A programação Conta ainda com monitorias dos Programas de Inovação Pedagógica (PIIP) e do Espaço Lúdico Pedagógico (LUPE), oficinas de Capoeira, história e confecção de bonecas Abayomi e painéis temáticos envolvendo a reflexão racismo, etnia e classe, entre outras atividades.
Lucas Martins, estudante do Curso de Pedagogia, que vai defender TCC durante a Programação da Semana da Consciência Negra, fala da expectativa em relação ao evento e a explica a relação da semana com seu tema: “Com relação ao evento e a relação da minha pesquisa com o curso de Pedagogia, nos oportuniza estudar a história social de vários sujeitos, que via de regra, foram excluídos do sistema (negros, indígenas, entre outros), em virtude do racismo e preconceito para com as comunidades historicamente marginalizadas”.
O estudante destaca também a importância do seu TCC para a representatividade do povo negro: “O meu TCC, em específico, traz à tona a ideologia de Estado na construção de currículos escolares em cartilhas e livros didáticos. Estes, por longos anos, contribuíram para a continuidade de preconceitos e a falsa universalização de um conhecimento histórico, que sempre foi único, de um povo, em geral branco e europeu. Refletir sobre a nossa história é uma forma de refletir sobre o nosso presente. Nesse sentido, a Semana da Consciência Negra não é um momento de festividade e de refletir sobre a nossa história e a construção de novos currículos (identidades)”.
Para Ana Clara Pereira dos Santos, que também defenderá seu TCC no evento, a intersecção da Semana da Consciência Negra com a apresentação de trabalhos que valorizam o protagonismo do povo negro é fundamental: “A realização da minha pesquisa em relação ao evento, está diretamente relacionada, pois o evento é um colóquio onde objetiva produzir conhecimento afro, dando destaque aos saberes afros, com base em grandes teóricos que defendem uma sociedade igualitária, e o protagonismo dos negros contados pelos mesmos, e minha pesquisa tem um pouco disso, onde eu venho trabalhar o protagonismo de autoras negras que buscam um lugar de fala por meio da literatura afro, onde buscam manifestar e resistir ao racismo estrutural no qual os negros sofreram e sofrem no Brasil."
Confira a programação completa do evento
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