Professor da UFT participa de pesquisa internacional sobre dengue e chikungunya
Já pensou se pudéssemos identificar no início de um diagnóstico de dengue ou chikungunya se ele evoluiria para um caso grave e já tratar essa situação de forma preventiva? O estudo tradicional para identificação, caracterização e validação de testes diagnósticos e marcadores de gravidade em arboviroses, realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP), Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e Secretaria de Saúde do Tocantins está buscando essa possibilidade.
Oito instituições e 16 pesquisadores são parceiros e colaboradores no estudo. O professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), o infectologista Flávio Augusto de Pádua Milagres, está entre os pesquisadores associados da pesquisa que tem trabalhado com o protocolo clínico não-intervencional.
O Estudo
A pesquisa busca identificar e validar biomarcadores prognósticos para doenças por dengue, chikungunya e zica, que permitam a estratificação precoce do risco de desenvolvimento das formas evolutivas das doenças que representam maior morbi-mortalidade como a dengue grave, doença articular inflamatória crônica pós-chikungunya e síndrome congênita por zica com afecção neurológica.
Para isso, desde 2018, eles têm trabalhado com este levantamento. A primeira fase dos levantamentos foi feita em 2018, quando teve um surto grande de dengue no Estado. Nessa fase eram colhidas amostras de sangue dos pacientes que tinham gravidade, por meio de termo de consentimento de participação no estudo.
Atualmente uma nova fase começou, com coleta de amostras de pacientes com dengue ou chikungunya. Milagres explica que é colhida uma amostra na fase inicial e o estudo já elencou sete biomarcadores de possíveis gravidades. Um determinado marcador indica uma possível gravidade em uma determinada fase da doença. Os exames também têm sido feitos no laboratório da UFT, com a supervisão do professor Horllys Gomes Barreto.
O acompanhamento ao paciente segue com 21 dias e 90 dias. Nessas novas visitas eles são submetidos a entrevistas para ver se há ainda dores articulares ou outras queixas. “O principal objetivo deste trabalho é chegar um dia, colher o sangue de um paciente e, ao ver os marcadores, identificar se ele deve ser internado previamente para não vir a óbito, por exemplo, por uma complicação de uma dengue grave”, conclui o professor Milagres.
Para o professor, esse estudo é muito relevante, não só pela sua importância internacional, mas também por ter um braço importante no Tocantins: “O Tocantins é piloto, o sentinela, com uma riqueza rural, de transição amazônica, fronteira com seis estados e população jovem. Temos um papel importante”. O estudo trabalha com protocolo clínico não intervencional, monitorando e fazendo controle sem intervenções.
Outro ponto importante destacado pelo pesquisador, é que esse tipo de parceria é primordial para o desenvolvimento da universidade, pois permite o acesso a novas tecnologias usadas no estudo (cessão de tecnologia), o intercâmbio de produção científica e treinamento, aquisição de equipamentos e maquinários por meio de doação; enfim, o desenvolvimento da saúde humana e a interface com outras equipes dos cursos de enfermagem, das secretarias de saúde municipais e do estado.
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