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direitos humanos em pauta

Conheça a atuação e critérios de atendimentos do CAPS II em Palmas

Por Jéssica Sá e Tainara Saraiva | Supervisão: Profª Lúcia Helena Mendes | Publicado: Terça, 30 de Julho de 2019, 16h37 | Última atualização em Sexta, 02 de Agosto de 2019, 11h00

O CAPS - Centro de Atenção Psicossocial é uma instituição do governo criada para combater os antigos manicômios e oferecer um serviço de saúde disponibilizado pelo SUS - Sistema Único de Saúde com profissionais capacitados, para oferecer um tratamento humanizado e digno a pacientes que sofrem exclusivamente de transtornos mentais, psicoses, neuroses graves, dependentes químicos entre outras patologias psiquiátricas.

Em Palmas, além do acompanhamento médico, momento em que o paciente recebe tratamento medicamentoso, os pacientes do CAPS II são estimulados através de programas sociais, a integração com a família, com a comunidade e recebem tratamento específico e individualizado dependendo do caso.

Instalação do CAPS II, em Palmas (Foto: Tainara Saraiva)Instalação do CAPS II, em Palmas (Foto: Tainara Saraiva)

 

Acolhimento e tratamento

O Centro de Atenção Psicossocial - CAPS II, destinado às pessoas com sofrimento psicológico, não exige que seja necessário encaminhamento, podendo assim, o paciente ir por vontade própria. A equipe é formada por enfermeiros, técnico de enfermagem, psicólogo, psiquiatra, assistente social e professor de educação física. Vale ressaltar que o CAPs de Palmas só atende a Capital e o paciente pode também ser encaminhado pelo CSC, pelo Hospital Geral de Palmas - HGP, Unidade de Pronto Atendimento - UPA, ou por vontade própria. Em Palmas, ainda não existe a opção de internação, pois o município não dispõe de um CAPS III, que obrigatoriamente tem instalação adequada.


O horário de atendimento na unidade é das 7h às 19h, e não fecha em horário de almoço. Segundo Camila Brush, psicóloga do centro, no primeiro momento, quando a pessoa chega ao CAPS, independente se for encaminhada ou espontaneamente, ela passa por um acolhimento. “O acolhimento é uma entrevista com alguém da equipe multiprofissional, que vai colher aquela demanda da pessoa, e só então, a partir dessa escuta, é avaliado se a situação é para o CAPS ou não.” No CAPS, a equipe é dividida por território, ou seja, cada profissional da equipe tem um território da cidade pelo qual ele é responsável.

O Plano Terapêutico Singular - PTS, está contido todas as atividades, propostas e condutas terapêuticas que o paciente vai realizar a partir da demanda que ela apresentou. O CAPS dispõe de consulta psiquiátrica, medicamentos, psicoterapia individual, psicoterapia em grupo, grupos de apoio, oficinas e grupos de atividade física. As atividades físicas são realizadas dentro e fora do ambiente do CAPS, muitas utilizam do espaço público para a prática esportiva.

Área de recreação do CAPS II (Foto: Tainara Saraiva)Área de recreação do CAPS II (Foto: Tainara Saraiva)

A psicóloga explica que, após o procedimento do PTS, todas as opções são avaliadas para a equipe conseguir encaixar o paciente de acordo com o que ele precisa. “O paciente começa a participar das atividades e tendo acompanhamento por 30 dias. Após um mês de acompanhamento, uma nova avaliação (PTS) é realizada para definir quais atividades estão dando certo, o que dá pra mudar e se o quadro reverteu ou melhorou no período de tempo”, ressalta. Caso o paciente tenha uma recaída após ter alta, ele pode ser acolhido novamente e ser inserido no tratamento do CAPS.

Questionada sobre a quantidade de servidores para atender a demanda, a psicóloga esclarece que “se for contar só com o quadro dos efetivos, concursados, não é suficiente. A gente precisa dos profissionais residentes e contratados, nós temos aqui servidores efetivos, profissionais contratados e profissionais residentes. A gente consegue dar conta da demanda se somar toda essa equipe.” Sobre acompanhamento online, existem grupos de whatsApp que são formados pelos próprios usuários, onde trocam mensagens entre eles.

Desafios de gestão e atendimento humanizado

Jeane, coordenadora do CAPS II, durante entrevista (Foto: Eliane Cerqueira)Jeane, coordenadora do CAPS II, durante entrevista (Foto: Eliane Cerqueira)

Jeane Gardene atua no CAPS II há 17 anos e coordenadora da instituição desde 2013, conta que o CAPS é um local de muito aprendizado. Ela confirma que a instituição não consegue atender totalmente a demanda de toda a capital, e que o espaço físico precisa de reformas, porém a mesma disse o projeto para a construção de um novo local de atendimento já está em andamento e que ela já até conheceu o espaço, com entrega prevista para maio de 2020.

Quanto à falta de servidores efetivos, Jeane disse que se fosse contar apenas com essa modalidade, não seria possível realizar todos os atendimentos necessários, mas com a ajuda dos residentes, a equipe consegue um suporte favorável à demanda, e eles são essenciais à manutenção dos trabalhos realizados. E quanto às demandas judiciais ou recomendações de órgãos superiores, são encaminhados ao jurídico da prefeitura de Palmas e só então, ela é solicitada para fornecimento de informações.

A coordenadora conta ainda que o ambiente de atendimento deve ser bastante familiarizado, sem aspecto de hospital, com elementos que transmitem calma e paz ao paciente, pois muitos deles são oriundos de clínicas de reabilitação, e essa experiência nem sempre é satisfatória causando traumas. Então, a localização em lugar sem trânsito de automóveis, é um ambiente que remete a uma casa, são detalhes propositais.

Gardene afirma que tanto pacientes quanto servidores, sofrem preconceitos em relação às atividades e necessidades de atendimentos psicológicos e faz um alerta: ‘as histórias que chegam aqui não são tão fáceis, e é algo que vai muito a fundo na vida do ser humano, e muitos não querem trabalhar nos CAPS, mas ver alguém introduzido a sociedade, seguindo sua vida normalmente é algo gratificante’, finaliza.

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marcador(es): Direitos Humanos
Assunto(s): #direitoshumanos
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