Pesquisa da UFT verificou a efetividade dos programas de mestrado no Brasil com base em reflexos de modelo europeu
Com o título “Processos e Políticas de Formação em Cursos de Mestrado em Comunicação na Região Norte do Brasil”, a pesquisa da mestra Alessandra Bonfim Bacelar de Abreu Adrian da Universidade Federal do Tocantins (UFT) analisou como estão estruturadas as matrizes curriculares dos cursos de pós-graduação stricto sensu em comunicação na região norte do Brasil, observando a ocorrência de mudanças ao longo dos anos.
Segundo Alessandra, o inicio da pesquisa ocorreu após o acesso ao estudo sobre o “Processo de Bolonha”, durante o curso de especialização em Formação de Professores em Jornalismo/Comunicação em Temas Contemporâneos oferecido pela UFT, e também a autores/pesquisadores que tem se debruçado a entender melhor essa nova dinâmica de educação superior da Europa.
“Ali na sala de aula se, para alguns alunos, uma nova perspectiva de formação, levando em conta a qualidade, mas, além disso, a preocupação com a inserção no mercado e com o tempo dedicado à formação menor do que está proposto atualmente nos programas de mestrado e que acabam afastando muitas pessoas do caminho da academia, tendo em vista a necessidade de trabalho ser mais importante que a formação continuada”, destacou a pesquisadora.
A pesquisa trouxe a estruturação dos cursos de mestrado em Comunicação, tendo em vista a formação dos professores que, em sala de aula, vão conduzir os alunos do status de aprendizes para executores de tarefas. Segundo Alessandra, mais da metade dos homens e mulheres, que escolheram o jornalismo como profissão, possui renda inferior a cinco salários mínimos, e não são poucos os que tem que se desdobrar em uma jornada exaustiva que varia de 8 a 12 horas de trabalho por dia, perfazendo um total de 40,3%, de profissionais que tem mais de um emprego.
Para contribuir com a efetividade desse ensino e com o profissional para o mercado de trabalho, foi utilizada como método a pesquisa bibliográfica, fazendo um resgate sobre a história da pós-graduação no Brasil, a criação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e as transformações ocorridas para a melhoria do ensino superior no país, além dos mecanismos de acompanhamento da qualidade dos programas em funcionamento, análise das avaliações realizadas nos últimos anos, que permitiu perceber a ainda escassez de doutores e mesmos cursos na região norte do Brasil, que implica diretamente em dificuldades e longevidade de alguns programas tendo em vistas as dificuldades de alinhar matrizes curriculares com a realidade local.
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