Educação 4.0
No atual cenário das Tecnologias 4.0, e consequentemente, na educação 4.0, o docente assume um papel de orientar e conduzir os acadêmicos a um objetivo claro e bem definido no processo de aprendizagem, ou seja, guiar os acadêmicos no desenvolvimento do seu próprio processo educativo. O desafio posto é o de evitar que o processo de ensino aprendizagem se paute apenas no desenvolvimento de competências técnicas, excesso de conteúdos, aulas expositivas e métodos de avaliação focados na capacidade de memorização de uma grande quantidade de conteúdo. Nesse contexto, destacam como predições apontadas por Rasquilha & Veras (2019) sobre a educação:
- Extinção de processos avaliativos com o objetivo de medir a capacidade de memorização;
- Educação será híbrida e a experiência de aprendizado estenderá além da sala de aula;
- A Inteligência Artificial realizará boa parte do papel atual do professor, que tornar-se-á um curador de conteúdos e líder de equipes, adotando metodologias ativas;
- A pesquisa acadêmica se concentrará cada vez mais na solução de problemas atuais e reais;
- As avaliações deixarão de ser individuais para ser em equipes;
- Competências sócio emocionais terão prioridade no mundo do trabalho frente às técnicas;
- Incorporação de novas disciplinas como inovação, tendências e criatividade aos currículos;
- Matriz e conteúdos criados com participação de professores, alunos, escola e comunidade;
- Microcertificações atenderão a necessidade de atualização permanente, vindo a educação ao longo da vida fazer parte da rotina diária das pessoas;
- Jornadas educacionais serão personalizadas e direcionadas ao perfil e momento da vida de cada aluno, onde cada aluno terá sua trilha personalizada de formação;
Nesse contexto, a universidade precisa identificar tendências de desenvolvimento e inovações nas áreas diversas do conhecimento e de formação discentes, buscando predizer o futuro das profissões frente a tais previsões, e como conduzir a formação a partir de tais tendências. Desta forma, os colegiados e os seus respectivos núcleos docentes estruturantes, assim como as demais unidades e níveis administrativos-pedagógicos da universidade precisam realizar um mapeamento de tendências, de forma a manter os componentes curriculares atualizados frente às rápidas mudanças ambientais, culturais, econômicas, políticas, sociais e tecnológicas promovendo ações frente a tais mudanças, seja na forma de programas ou projetos de inovação que incorporem em suas atividades, o estudo aplicado e desenvolvido sob tais demandas.
Todavia, deve-se destacar que o mapeamento de tendências exige estudos permanentes a partir dos dados históricos internos e externos à instituição, ou seja, a própria graduação e pós-graduação devem passar por estudos quantitativos e qualitativos periodicamente a partir dos dados administrativos e acadêmicos para avaliar como a instituição está atuando frente às demandas da sociedade, buscando atender o seu papel social, em especial para o desenvolvimento regional. Para identificar tendências e propor inovação, especialmente a pedagógica, é necessário partir de um processo sistemático de observação dos fenômenos comportamentais e sociais buscando conectar a universidade com a sociedade.
Segundo Rasquilha & Veras (2019), as tendências são movimentos que se manifestam e um ambiente fixando-se e alterando-o, as quais dividem-se em cinco classes: mega tendências (longo prazo/acima de 5 anos), tendências comportamentais (médio a longo prazo/entre 3 e 5 anos), tendências de negócio ou institucionais (curto a médio prazo/entre 1 e 2 anos), tendências emergentes (curto prazo/até 1 anos) e insights. A Tabela abaixo apresenta uma classificação geral das formas de mapeamento de tendências, e complementadas pela associação com temas atualmente em destaque na Figura logo abaixo da tabela.
Item |
Tendência |
Descrição |
1 |
Mega tendência |
Movimentos e mudanças em termos sociais, econômicos, políticos, ambientais e tecnológicos que se manifestam de forma consistente na realidade atual e que influenciarão decisivamente no futuro. |
2 |
Comportamental |
Processos de mudanças que resultam na observação do comportamento humano e que origina a criação e o desenvolvimento de novas ideias, ou seja, a inovação. |
3 |
De Negócios |
Mudança no mercado resultante da atuação institucional, do comportamento da sociedade e das realidades econômicas, políticas e sociais que influenciam no processo de tomada de decisão, considerando a área de atuação e as apostas estratégicas para o futuro. |
4 |
Emergentes |
Acontecimentos que se materializam de forma rápida e escalável que condicionam e direcionam a realidade dos negócios ou atuação institucional frente a realidade. |
5 |
Insights |
Articulações estratégicas resultantes das tendências que permitem a tomada de decisão sobre cenários, caminhos e planos de ação futuros. |
Fonte: Rasquilha & Veras (2019).
Destaca-se que a educação 4.0 é resultado da 4ª revolução industrial marcada pela convergência de tecnologias físicas, digitais, biológicas, com elemento mais marcante, a inteligência artificial. A inteligência artificial permitirá um novo nível de curadoria do conteúdo disponibilizado na rede mundial de computadores, dada a sua capacidade de processamento de grande volume de dados em um espaço curto de tempo, possibilitando aos softwares de computadores analisarem essa grande massa de dados e tomarem decisões. Portanto, a inteligência artificial possibilita os programas a realizar escolhas, produzir conteúdos, interagir com pessoas e a aprender, podendo evoluir para o processo de ensinar.
A inteligência artificial já é realidade nas áreas diversas do conhecimento, das ciências sociais às engenharias, das ciências biológicas às ciências humanas, da área da saúde às ciências exatas. Em todas, existem soluções diversas sendo produzidas constantemente em uma velocidade cada vez menor a cada dia, transformando o mundo de maneira significativa. Diante desse contexto de inovação pedagógica e tecnologias 4.0, torna-se clara a necessidade de modernização nas práticas pedagógicas na UFT. Essas práticas devem ser estimuladas a partir do lançamento de políticas e programas de incentivos para a concepção de propostas nas mais variadas áreas de conhecimento. Portanto, para alcançar a almejada instituição inovadora no contexto das tecnologias 4.0, é necessário a concepção de um ecossistema para o desenvolvimento de uma Universidade Federal do Tocantins 4.0.
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