Projeto do curso de jornalismo combate preconceito e desinformação sobre o HIV/AIDS
A iniciativa visa esclarecer dúvidas como a diferença entre AIDS e HIV, o que é PREP e PEP e também o significado de palavras como sorodiscordantes, indetectável e intransmissível
“A AIDS foi esquecida porque saiu de moda falar sobre o assunto”, as palavras de Lucinha Araújo, mãe do cantor Cazuza, uma das primeiras figuras públicas a morrer vítima do vírus HIV no Brasil, refletem a falta de informação sobre o HIV/AIDS na atualidade. O quadro é bem diferente de quando a doença surgiu nos anos 1980, quando era considerada uma sentença de morte. Naquela época faltavam exames para detectar o vírus, medicamentos e tratamentos eficazes.
Quarenta anos depois da chegada do HIV ao país, os métodos de prevenção e tratamento são bastantes avançados e estão disponíveis no SUS gratuitamente. Ainda com todo esse avanço biomédico, muitas pessoas ainda se infectam e morrem vítimas da AIDS. Nessa conjuntura, os grandes vilões são a desinformação e o preconceito.
No Tocantins, dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), apontam crescimento nos casos, principalmente, entre os mais jovens. De janeiro a novembro, por exemplo, foram registradas 172 pessoas diagnosticadas com HIV, destes um total de 52, apresentou sintomas da doença e desenvolveu a AIDS, 67 deles estão na faixa etária de 15 a 24 anos.
Por isso, o Professor Drº Tedson Souza, do curso de Jornalismo da UFT implantou o projeto Produção e disseminação de (in)formação sobre o imaginário, a prevenção e as concepções sobre o HIV/AIDS.
A iniciativa visa esclarecer dúvidas como a diferença entre AIDS e HiV, o que é PREP e PEP e também o significado de palavras como sorodiscordantes, indetectável e intransmissível.
Na primeira fase do projeto, que conta com o apoio técnico do Infectologista Flávio Milagres, que também é Professor do curso de Medicina da UFT, estudantes de iniciação científica estão sendo capacitados para ministrarem cursos de formação e produzir conteúdo para ser difundido entre profissionais de comunicação e influenciadores do Tocantins.
Durante o ano de 2023, estudantes e professores participaram de workshops e palestras com pesquisadores, ativistas e produtores de conteúdo do Brasil e do exterior que trabalham com a temática. Em 2024, a equipe do projeto vai percorrer as cidades de Palmas, Porto Nacional, Paraíso, Gurupi, Araguaína e Arraias capacitando jornalistas, radialistas e influenciadores digitais.
GLOSSÁRIO
AIDS: doença provocada pelo vírus HIV. O indivíduo pode contrair o HIV e não manifestar sintomas da doença.
HIV: vírus que dá origem à AIDS e que é conhecido cientificamente como Vírus da Imunodeficiência Humana.
PEP – Profilaxia Pós-Exposição: é o uso de medicamentos antirretrovirais após um possível contato com o HIV em situações como: violência sexual; relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha), acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico).
PrEP – Profilaxia Pré-Exposição ao HIV: é o uso dos medicamentos antirretrovirais antes da exposição ao HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com o vírus. A PrEP deve ser utilizada se você se encontra em alto risco de contrair o HIV.
Casais Sorodiscordantes: são aqueles que, independentemente da orientação sexual, um dos membros é infectado pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o outro é saudável, ou seja, não tem a infecção.
Indetectável: possuir uma quantidade tão baixa de vírus no corpo a ponto de impedir a transmissão por via sexual aos seus parceiros e parceiras. Dessa forma, dizer que a carga está indetectável é o mesmo que dizer que o vírus está intransmissível.
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