Professor cria mesa adaptada e maquetes para aluno deficiente visual
No curso de Zootecnia do Câmpus de Araguaína, um professor teve uma iniciativa inovadora para melhorar as condições de aprendizado de um aluno deficiente. Trata-se de uma mesa adaptada para deficientes visuais, projetada e construída pelo professor José Hugo de Oliveira Filho para o aluno Ryckelmy Silva Lopes, do 1º período do Curso. A mesa foi pensada para as necessidades de Ryckelmy na disciplina de Desenho Técnico, de modo que, tateando relevos diversos, barbantes, fios e outros materiais, o aluno consiga fazer a leitura de plantas baixas de projetos de construções rurais, por exemplo. O professor aprimorou a ideia, ainda, com a elaboração de maquetes, também desenvolvidas especialmente para o estudante.
Previamente informado, pela Coordenação do Curso, sobre a condição do aluno, Oliveira Filho identificou, com a ajuda de estudantes monitoras voluntárias do curso de Medicina Veterinária, a necessidade de Ryckelmy em ter uma ferramenta que pudesse auxiliá-lo na compreensão das aulas de Desenho. "Sabemos que os deficientes visuais têm outra forma de ler e compreender o cotidiano, possuindo uma sensibilidade maior dos sentidos, para diversas situações. No primeiro dia de aula, Ryckelmy já me foi uma grata surpresa: percebi, nele, bastante interesse na disciplina e uma capacidade de desenvolvimento muito boa. A partir daí, comecei a pensar em uma forma de ajudá-lo a melhor entender o que trabalhamos em sala", conta o professor.
O professor se diz um entusiasta do "faça você mesmo". Tendo uma série de ferramentas em casa e gostando de fazer trabalhos manuais em seu tempo livre, Oliveira Filho construiu mesa e maquetes na garagem de casa, com seus próprios recursos financeiros. A cada novo encontro com Ryckelmy - futuro zootecnista pela UFT - as ferramentas passam por melhorias e adaptações, conforme mestre e aluno testam, no decorrer das aulas, o sucesso da invenção. "Partimos, a princípio, do mais simples, dentro de uma concepção de percepção sensitiva: montamos uma mesa de madeira, coberta com uma superfície emborrachada e uma película, tornando-a, dessa forma, macia. Nela, podemos fixar alfinetes, tachas, grampos que, unidos por cordas e barbantes, formam as figuras usadas no Desenho Técnico, numa versão tateável". Quer ver o resultado até agora? Confira nossa galeria de imagens, que trazem um pouco desta experiência criativa e comovente; um verdadeiro exercício de persistência e dedicação à excelência do ensino e exemplo de empatia ao próximo:
Mas, o que faz um zootecnista?
O zootecnista é, de modo geral, o profissional que trabalha pela produtividade e rentabilidade da criação de animais e de seus produtos (carnes, ovos, leites e derivados). Com conhecimentos em nutrição animal, genética e administração, ele pode contribuir em todas as etapas da cadeia produtiva animal e do gerenciamento agropecuário. No entanto, o zootecnista também possui, em seu currículo, biologia, zoologia, fisiologia animal, ciências do solo, entre outros saberes técnicos, o que o habilita a exercer atividades num campo ainda mais vasto. Confira, assim, alguns exemplos de onde um zootecnista pode atuar profissionalmente:
- como autônomo, em propriedades rurais, contribuindo, por exemplo, com aspectos técnicos (como projeto de pastagens) e aprimoramento da genética dos rebanhos;
- na fabricação de produtos alimentícios e de saúde e higiene animal;
- em indústrias de alimentos com origem animal;
- no ensino e pesquisa da área;
- nas indústrias de nutrição animal;
- na compra e venda de animais;
- em frigoríficos, zoológicos, cooperativas rurais, empreendimentos agropecuários, unidades de conservação ambiental e centros de triagem de animais silvestres.
O Câmpus de Araguaína oferta o curso de Bacharelado em Zootecnia. Com duração prevista de cinco anos (10 semestres), o curso é integral e abre 40 novas vagas por semestre. Para conhecer mais sobre o curso de Zootecnia da UFT, acesse a página específica em nosso Portal, clicando aqui.
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