Aula magna aborda as possibilidades além do ensino para o licenciado em História
Com o objetivo de promover a reflexão sobre outras formas de se fazer História, para além da sala de aula e dos arquivos, ocorre nesta quinta-feira (09), no Câmpus de Porto Nacional, a aula inaugural "Licenciado em História: ensinar é o limite?". A aula será ministrada por Ariana Silva Braga, arqueóloga do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), baseada na sua experiência pessoal de graduação em História e posterior ingresso na área de arqueologia, saindo dos limites da sala de aula.
Ariana decidiu fazer história por influência de um professor de História, chamado Clayton, que teve aos 11 anos. "Observando minha tendência esquerdista meu professor pediu que eu perguntasse minha mãe se ela tinha um livro chamado Olga, então minha mãe, grande leitora, tirou de sua estante o livro que por acaso teria sido o primeiro presente que recebera do meu pai. Devorei o livro", lembra. Por volta dos 13, Ariana Silva Braga já estava decidida a fazer o curso, mas devido ao seu engajamento político queria fazer mestrado em Ciências Políticas.
As coisas começaram a mudar já no primeiro período do curso de História, quando Ariana foi apresentada à Arqueologia e começou a estagiar no Núcleo Tocantinense de Arqueologia (Nuta). O convívio diário e o conhecimento que foi obtendo sobre Arqueologia abriram os olhos de Ariana e a fizeram ver que era por aquela área que deveria seguir. "Devido minha ansiedade e hiperatividade a arqueologia foi sendo uma terapia. Lavar cuidadosamente cada peça, numerar, contar, ensacar e catalogar pra mim, sem quebrar nada, era um desafio", afirma. O resultado foi um posterior mestrado e doutorado na área.
A arqueóloga tinha o desejo de ser professora quando entrou na graduação, mas o mundo da pesquisa e dos laboratórios a levaram para outros rumos. Ariana já lecionou no ensino superior e conta que foi uma experiência enriquecedora, mas ressalta que a profissão sofre com problemas de baixo salário e péssimas condições de trabalho, que são fatores desmotivantes e diminuem a procura pelos cursos de licenciatura. "O que temos como consequência é uma parte, lógico que ainda há os apaixonados pela educação, de professores que não queriam ser professores e isto afeta diretamente o ensino, pois as condições de trabalho não são boas e obviamente o ensino não será dos melhores", conclui.
A sala de aula não é o limite para o licenciado em História e Ariana enfatiza que existem várias possibilidades de pesquisas em diversas áreas. Além disso, um historiador pode se dedicar a concursos públicos, prestar consultoria para empresas, enveredar pela literatura e pela produção cinematográfica. "São muitas as possibilidades desde que esteja disposto a buscar informação e claro trabalhar", finaliza Ariana.
Aula Magna
Nesta quinta-feira (09), o curso de História, do Câmpus de Porto Nacional da Universidade Federal do Tocantins (UFT), promove uma Aula Magna com duas palestras inaugurais. Pela manhã, a partir de 9h, aconteceu a aula da professora Dr.ª Kátia Maia Flores, professora do Departamento de Teatro da UFT, que teve como tema o "Rio Tocantins e sua potencialidade de pesquisa". À noite, a partir das 19h30 ocorre a palestra de Ariana Silva Braga, arqueóloga do Iphan, que tem como tema "Licenciado em História: ensinar é o limite?".
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