Debate com pesquisadores e jornalistas discutiu a imparcialidade do jornalismo brasileiro
Para incitar o debate sobre o foco dado pela mídia - regional, nacional e internacional – a respeito do cenário político vigente, o Centro Acadêmico de Jornalismo criou o Pauta a Pauta. Um evento acadêmico realizado de estudantes para estudantes. Com a pergunta "A mídia é golpista?", o tema debatido nesta quarta-feira foi para discutir como o jornalismo brasileiro tem noticiado o processo de Impeachment da presidente Dilma.
Participaram do debate as professoras Maria de Fátima Caracristi (Mestre em Ciências da Comunicação pela USP e doutora em Geografia pela UFG) e Lúcia Helena Mendes Pereira (Doutora em Sociologia pela Universidade de Coimbra). Para representar os meios de comunicação, foram convidados os jornalistas Roberta Tum e Luiz Otavio Sacchi. A mediação foi feita pelo acadêmico Alechandre Obeid.
Afinal, a mídia é ou não golpista?
Para Roberta Tum, editora do portal T1 Notícias, o impeachment é uma reação de grupos com interesses políticos e econômicos, entre os quais estão inclusos grandes grupos de comunicação, que se aproveitam de uma crise econômica mundial e de problemas administrativos do governo para penalizar a figura da presidente. "Admitimos que não há imparcialidade na imprensa. Mas defendo que os veículos exponham sua posição editorial e deem espaço para a opinião contrária", explicou.
O editor da TVE Tocantins, Luiz Otávio Sacchi, valorizou o debate por colocar frente a frente profissionais com posições diferentes e se disse honrado por ter sido convidado a participar de um debate maduro dentro do curso do qual é egresso. "A imprensa é tendenciosa para todos os lados. Mas a responsabilidade pela continuidade do processo de impeachment cabe aos políticos. O jornalista precisa de uma boa formação e discernimento para praticar o bom jornalismo. Ao cidadão comum, há enorme carência em educação política para entender como funciona".
A professora Lúcia Helena ressaltou que mostrar apenas dois lados antagônicos de uma situação não tem contribuído para a informação de qualidade. E que as abordagens devem ser mais abrangentes. A estudante do 7º período, Laiane Vilanova, afirmou que o espaço para o debate tem de ser mantido para que os estudantes não cheguem ao mercado simplesmente reproduzindo discursos. "Foi importante ter os profissionais no debate e ver como eles enxergam a situação dentro dos veículos de comunicação em que trabalham. Porque, para a nossa atuação, a gente precisa conhecer a diferença entre a academia e a prática do mercado", concluiu.
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